Conclave

Nunca pensei que

menos de dois meses depois

do sucesso do filme Conclave

receberia a triste notícia da morte

do papa Francisco

e assistiria a um conclave

com tal interesse

a ponto de perder horas escutando a globo news debatendo fumaça preta e fumaça branca

(Foda-se a poluição de Roma no ano em que Francisco, antes de partir, fez súplicas de misericórdia pelo meio ambiente):

Em nome da tradição secular, ignoremos a qualidade do ar!

Não seria o espírito santo o legítimo responsável pela escolha

do designado por Deus?,

perguntaria o possuído pela fé cega.

Não!, responderia o fiel da ala realista e moderada:

ele apenas vem confirmar que a escolha dos homens pelos homens está abençoada

(assim na terra, como no céu!)

afinal, nem tudo que está escrito acontece;

mas tudo que acontece, está escrito

complementaria o místico

é amanhã: dá pra acreditar?

logo eu, que enchia a boca pra afirmar:

“mas quem liga para a opinião do Papa?”

em tempos de polarizações políticas muito mais terrenais do que celestiais,

muita gente deveria

(inclusive porque Sun Tzu já dizia: conheça teu inimigo, e se tiveres cem debates, sairás vitorioso nos cem!)

Pelo sim, pelo não

Clarice já havia nos lembrado:

A única coisa que nos espera é o inesperado

E o menino Jesse do filme

”Sempre em Frente” (2021)

tem sempre razão:

tudo que a gente acha que vai acontecer, não acontece

e o que a gente nunca espera que vai acontecer, acontece

por isso, independentemente do novo Papa escolhido amanhã

precisaremos seguir,

mais ou menos tranquilas

mas sempre em frente,

sempre em frente…

Para as vezes voltar atrás

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