Pneumonia

Até a troca entre o ar

que mora dentro do seu pulmão

e o ar que vem de fora

parar de

continuar sendo feita de forma

invisívivel, automática e contínua

você ignora o desespero do

intermitente, do descontínuo, intervalado, e escasso ar

que você descobre que não circula

por mágica nesse dentro-fora

mas por uma orquestração

dessa máquina perfeita chamada corpo

que na pneumonia

logo te lembra a angustia

do não saber

qual será o próximo milésimo de segundo imediato em que uma ínfima amostra de oxigênio vai preencher seu pulmão novamente

e te ensinar

que o maior efeito colateral da

pneunomia

é ter que desaprender

(na marra)

a respirar

no automático.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Prazer, eu, produto!

That’s wrong!

In memorian